03 agosto, 2006

Dali de onde?

Assitência Técnica. Estou em pé, em frente ao balcão de atendimento, aguardando. Há duas pessoas na minha frente que também aguardam, com seus micros debaixo do braço.
Carol, a educada e simpática recepcionista, está sentada do outro lado do balcão, preenchendo formulários, imprimindo documentos, atendendo a 3 telefones ao mesmo tempo e pedindo “só mais um minutinho” pros dois estressados clientes do lado de cá.
Preciso reconhecer: a menina vale ouro. Faz o trabalho de pelo menos 3 pessoas e ainda consegue ser sorridente e atenciosa com todo mundo.
Quando, finalmente, consegue atender os nervosos da minha frente, preencher as “OSs” (Ordens de Serviço) e despachar os micros lá pro laboratório, chega a minha vez:
- Oi, Carol, tudo bem? Vim buscar o micro.
- Só um minutinho, que eu vou ver.
Nisso, toca o telefone. Como não estava no viva-voz, transcrevo apenas as falas da Carol, pois foi só o que consegui ouvir:
- Visual Tecno, Assistência em Informática, boa tarde?
- (...)
- O Edmilson não está, é só com ele?
- (...)
- Ele não volta mais hoje. O senhor quer estar deixando um recado?
- (...)
- É sobre o quê?
- (...)
- Mas isso eu posso estar vendo....
- (...)
- Então.... Como eu disse, ele não volta hoje...
- (...)
- O senhor está com a OS em mãos?
- (...)
- Eu preciso do número... (Só mais um minutinho, Dona Lina...).
- (...)
- Não, desculpe, é que eu estou atendendo uma cliente.
- (...)

Nessa hora, percebi que o homem do outro lado da linha devia estar furioso e gritando com ela, pois a menina, que, normalmente, é tão tranqüila, estava ficando meio pálida.
- Eu estou atendendo o senhor também e já vou estar verificando, mas é que sem o número da OS fica mais difícil!! Qual é o nome do senhor?
- (...)
- Salvador de quê?
- (...)
- Dali de onde?
Repentinamente, a palidez desaparece e sua cútis passa de translúcida para vermelho-fogaréu.
- Olha, o senhor me respeite que eu não lhe fiz nada e o senhor fica me dizendo palavrão no telefone! Eu perguntei o seu nome pra tentar localizar a sua OS. O senhor respondeu: “Salvador”. Eu perguntei: “de quê”, porque pode ser que tenha mais de uma OS com nome de “Salvador”, e o senhor disse: “Dali”. Eu perguntei: “dali de onde” e o senhor responde: “da P... que te P..."? Ta pensando o quê? Eu estou aqui trabalhando, viu? Olha, aguarda na linha que eu vou transferir pro gerente!!!
Soltando fumaça pelos olhos e tentando não explodir, ela me pediu “só mais um minutinho”, transferiu a ligação e saiu batendo o pé em direção à mesa do gerente.
Meu lado cruel queria sair rolando de tanto rir, mas a Poliana que habita este ser morria de dó da coitadinha. Acabei optando por sair de cena e tomar um café na mesinha que fica perto da entrada pra poder dar risada sozinha.
Minutos depois, do outro lado do balcão, Carol, ainda vermelha e "fumacenta", respirou fundo e foi buscar meu computador, com o devido número da OS em mãos.

(Visual Tecno e Carol são nomes fictícios, mas a história, por incrível que pareça, é a mais pura verdade!)

6 comentários:

Anônimo disse...

Mas o cara não chamava Salvador Dali. Tirou um sarro com a cara da menina e sifu. Bem feito!

Anônimo disse...

jura por deus???
q maraviiiiiilha mae hasuhuahs
eu juro q eu ia me matar de rir
neeeeem ia ligar pra menina nenhuma
juro, nossa soh me racho huasuhashu
=*

Anônimo disse...

Gostei...
Pobre menina educada... se e comigo, o dignissimo Sr. 'iria estar esperando', seco e esturricado, no outro lado da linha ate agora pra falar com o gerente

L. disse...

Ai, Carmencita... é por isso que vc não é recepcionista, tá vendo?

L. disse...

Caríssimo defensor dos caracóis oprimidos: imaginando ser você também o defensor das galinhas desesperançadas que comentou no post anterior, só tenho uma coisa a dizer - Deus, quando dá apenas um irmão para alguém, demonstra o tamanho de sua sabedoria...

L. disse...

Duds, amanhã vou buscar o seu micro lá na loja da "Carol". Vamos ver o que ela vai aprontar...