Assitência Técnica. Estou em pé, em frente ao balcão de atendimento, aguardando. Há duas pessoas na minha frente que também aguardam, com seus micros debaixo do braço.
Carol, a educada e simpática recepcionista, está sentada do outro lado do balcão, preenchendo formulários, imprimindo documentos, atendendo a 3 telefones ao mesmo tempo e pedindo “só mais um minutinho” pros dois estressados clientes do lado de cá.
Preciso reconhecer: a menina vale ouro. Faz o trabalho de pelo menos 3 pessoas e ainda consegue ser sorridente e atenciosa com todo mundo.
Quando, finalmente, consegue atender os nervosos da minha frente, preencher as “OSs” (Ordens de Serviço) e despachar os micros lá pro laboratório, chega a minha vez:
- Oi, Carol, tudo bem? Vim buscar o micro.
- Só um minutinho, que eu vou ver.
Nisso, toca o telefone. Como não estava no viva-voz, transcrevo apenas as falas da Carol, pois foi só o que consegui ouvir:
- Visual Tecno, Assistência em Informática, boa tarde?
- (...)
- O Edmilson não está, é só com ele?
- (...)
- Ele não volta mais hoje. O senhor quer estar deixando um recado?
- (...)
- É sobre o quê?
- (...)
- Mas isso eu posso estar vendo....
- (...)
- Então.... Como eu disse, ele não volta hoje...
- (...)
- O senhor está com a OS em mãos?
- (...)
- Eu preciso do número... (Só mais um minutinho, Dona Lina...).
- (...)
- Não, desculpe, é que eu estou atendendo uma cliente.
- (...)
Nessa hora, percebi que o homem do outro lado da linha devia estar furioso e gritando com ela, pois a menina, que, normalmente, é tão tranqüila, estava ficando meio pálida.
- Eu estou atendendo o senhor também e já vou estar verificando, mas é que sem o número da OS fica mais difícil!! Qual é o nome do senhor?
- (...)
- Salvador de quê?
- (...)
- Dali de onde?
Repentinamente, a palidez desaparece e sua cútis passa de translúcida para vermelho-fogaréu.
- Olha, o senhor me respeite que eu não lhe fiz nada e o senhor fica me dizendo palavrão no telefone! Eu perguntei o seu nome pra tentar localizar a sua OS. O senhor respondeu: “Salvador”. Eu perguntei: “de quê”, porque pode ser que tenha mais de uma OS com nome de “Salvador”, e o senhor disse: “Dali”. Eu perguntei: “dali de onde” e o senhor responde: “da P... que te P..."? Ta pensando o quê? Eu estou aqui trabalhando, viu? Olha, aguarda na linha que eu vou transferir pro gerente!!!
Soltando fumaça pelos olhos e tentando não explodir, ela me pediu “só mais um minutinho”, transferiu a ligação e saiu batendo o pé em direção à mesa do gerente.
Meu lado cruel queria sair rolando de tanto rir, mas a Poliana que habita este ser morria de dó da coitadinha. Acabei optando por sair de cena e tomar um café na mesinha que fica perto da entrada pra poder dar risada sozinha.
Minutos depois, do outro lado do balcão, Carol, ainda vermelha e "fumacenta", respirou fundo e foi buscar meu computador, com o devido número da OS em mãos.
(Visual Tecno e Carol são nomes fictícios, mas a história, por incrível que pareça, é a mais pura verdade!)
03 agosto, 2006
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6 comentários:
Mas o cara não chamava Salvador Dali. Tirou um sarro com a cara da menina e sifu. Bem feito!
jura por deus???
q maraviiiiiilha mae hasuhuahs
eu juro q eu ia me matar de rir
neeeeem ia ligar pra menina nenhuma
juro, nossa soh me racho huasuhashu
=*
Gostei...
Pobre menina educada... se e comigo, o dignissimo Sr. 'iria estar esperando', seco e esturricado, no outro lado da linha ate agora pra falar com o gerente
Ai, Carmencita... é por isso que vc não é recepcionista, tá vendo?
Caríssimo defensor dos caracóis oprimidos: imaginando ser você também o defensor das galinhas desesperançadas que comentou no post anterior, só tenho uma coisa a dizer - Deus, quando dá apenas um irmão para alguém, demonstra o tamanho de sua sabedoria...
Duds, amanhã vou buscar o seu micro lá na loja da "Carol". Vamos ver o que ela vai aprontar...
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