26 dezembro, 2006

Papado

Todo mundo que pelo menos uma vez na vida já foi a uma formatura sabe que, num dado momento, o orador pede para "apormos" (sim, o verbo é esse!) as mãos, como forma de abençoar os formandos. Nesse momento, o povo todo fica de pé, levanta os braços, palma da mão direita esticada pra frente e o mesmo orador começa a desfiar uma oração lá do alto de sua função.
Pois bem. Quinta passada, formatura da Dud´s, teatro lotado, pais, mães, avôs, avós, tios, tias, primos, madrinhas. Todos bonitinhos, arrumadinhos, formandos de terno, formandas de longo. De repente, a frase:
- Todos juntos, agora, vamos apor as mãos, para abençoarmos os formandos.
O mundo inteiro com as mãos levantadas. Olho pro lado e meu pai, nada.
Cutuco.
Nada.
Cutuco de novo e nada. Depois de meio painosso, a mão no queixo e a cabeça já balançando freneticamente de um lado pro outro. Indignação do espírita convicto frente às babaquices da tradição católica? Saco cheio do avô cansado que preferia estar em casa assisitindo TV? Imaginação do publicitário funcionando alucinadamente? Segundos depois, lá vem:
- Minha filha, que horror isso...
- Horror por que, pai?
- Você sabe que o Ratzinger serviu durante a segunda guerra, não sabe?
- Hein??!! Ratzinger? Ah... Sei, pai, mas que é que isso tem a ver com a bênção da formatura?
- O alemãozinho nem bem assumiu o papado e já implantou a saudação nazista na missa...

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