Hoje assisti a uma apresentação do grupo Miguilins no SESC Pinheiros. Eles são adolescentes de Cordisburgo, Minas Gerais, terra natal de Guimarães Rosa e, durante 50 minutos, contaram histórias do livro “Manuelzão e Miguilim”, do autor.
Como esse homem escrevia triste... Bonito e triste como ninguém e os meninos souberam transportar pra oralidade a precisão, a leveza e a força da escrita de GR, com todos os regionalismos do conto (Campo Geral), sem tentar inventar muito e sem cair na pieguice. Chegaram lá, de calças pretas, pés descalços, camisetas coloridas e foram falando. Só. E lindo!
Não sei se a tristeza da escrita, se a história de Miguilim, se o enlevo, se o momento, se a saudade do tempo em que eu também contava histórias. Não sei. Sei que chorei ao ouvir aquelas vozes pequenas e intensas que, com simplicidade me trouxeram a lembrança de outros tempos. Tempos de fogueira, de assombração, de estradas de terra. Tempos de noites no “alpendre”, banhadas de histórias, e arrepios, e risos e medos. Tempos de pura felicidade.
Eles farão mais uma apresentação para a abertura da Semana Grande Sertão: Veredas. Se puder, vá. Se não puder, vá assim mesmo.
Dia 15/05 às 10:30h, no Auditório da Faculdade de Geografia da USP. Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Butantã.
07 maio, 2006
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