30 julho, 2007

Biquinha

É assim: sou filha de um baiano criado em São Paulo com uma mineira criada no Rio. Tudo meio fake mesmo. A minha avó, por sua vez, era uma baiana da gema e comia pimenta com farinha no café da manhã se tivesse vontade. Cresci vendo vidros e mais vidros das pimentas mais estranhas do mundo na casa dela e na minha: verdes minúsculas, vermelhas compridas, amarelas meio achatadas, que, só de abrir o vidro o sujeito já sente o olho arder. Pois bem.
Dia desses fui à casa de uns amigos com minha comadre que tem sobrenome alemão, mas de "alemoa" só tem o olho claro, porque o resto devia ter nascido mesmo era na Bahia. A baixinha adora pimenta e eu não fico atrás, só nunca curti muito comer a própria pimenta, sou mais a fim de um molhinho, tipo tabasco, pra dar um gostinho na comida, mas nada que seja ardido demais.
Foi então que conheci a "Biquinha".
Foi amor à primeira mordida (ou ardida?). Ela é suave, docinha, pequena, vermelhinha, com um leve ardidinho que aparece quando a genta mastiga, enfim, um charme de pimenta. Só tinha um restinho no vidro e a gente se fartou, comendo com pão italiano. Um arraso. Depois vim embora, esqueci o nome da talzinha e passou.
Quando fui pra São Tomé das Letras e comi no tal do "Massaroca", aquele bistrozinho de que falei, ali estavam elas de novo: 3 pimentinhas daquelas em cima do molho de ervas do meu frango. Não teve mais jeito: perguntei pra menina que servia e ela me disse que o nome da danada era "Biquinha". Afe! Trouxemos um monte de pimenta de Minas e daí pra cá é biquinha no almoço e no jantar, na sopa, na carne, no arroz... estou totalmente viciada.
O melhor de tudo é que hoje encontrei pra vender no supermercado... (ÊBA!!!)

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