05 setembro, 2006

Rum barato

Pouco riso. Vez por outra, uma euforia ininteligível que perpassa. Mais uma dose de rum pra esquecer – já nem se lembra bem e ainda tenta; como tenta, ainda, terminar seu primeiro romance.
A dose farta, o rum barato e um gosto de mofo na lembrança. Talvez dos tempos do whisky, ou de alguma boca pretérita - imperfeita, é certo - e já definitivamente incrustada no mais-que-perfeito do tempo.
Do tempo, tanta gente... Gente que passou, gente que ficou, gente que esqueceu, gente que não valeu à pena.
No outro lado do balcão, o homem de avental surrado e lápis por detrás da orelha lhe aplica uma outra dose de rum barato na veia, mantendo - em 80 - o teor alcoólico de sua escrita.

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo! lindo, lindo mesmo!